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Que bom você por aqui. Sinta-se em casa. Espero que as nossas humanidades se encontrem aqui. Neste blog você encontrará textos sobre assuntos variados que traduzam com palavras simples e críticas esses caminhos e descaminhos que a humanidade percorre na estrada da vida, expressos através de um desejo profundo e intimamente meu: Quero ser mais humano: menos hipocrisia, menos espiritualidade alienante, menos moralidade vazia, muito mais HUMANO."

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Raio de Sol e Pernambucanidade

Já passava da meia noite quando me preparava para dormir. A música de fundo era um som festeiro fora dos arraiais dos meus sonhos. Ao ouvir a introdução de "Liberdade" de Marcelo Camelo executado pelas habilidosas mãos de Dominguinhos ao Acordeon pensei: "Marcelo Camelo numa quadrilha junina é bastante inovador e tem a cara de uma amiga minha". Não deu outra e logo ouvi a identificação daquele grupo sob as palavras de seu marcador, irmão da minha amiga Leilane Nascimento: - Raio de Sol ! Estava claro! Era de fato a quadrilha Raio de Sol, da qual participa minha querida amiga, Pernambucana de corpo e espírito, de cabeça e de pés. A alguns passos de minha casa estava a possibilidade de rever essa figura rara que mora provisoriamente em Vitória da Conquista na Bahia. E lá estava ela, bela como o próprio nome da quadrilha. E que espetáculo para aquelas pessoas que estavam presentes ali - Incluindo o seu marido, meu amigo Vandré, gente boa demais. Foi uma verdadeira exaltação à cultura pernambucana. Uma experiência mística, anunciadora de sentimentos os mais diversos, conduzidos por uma beleza que só pode ser expressa e coerentemente vivenciada por nós, esse povo sofrido e festeiro, trabalhador e sonhador, caloroso e sensível. O repertório nos convidava a uma viagem guiada pelas aves nordestinas. Quem recebeu os viajantes foi também quem se despediu no final. Essa ave-homem ou homem-ave, que conta a história do homem com a beleza sonora do canto de uma ave: Patativa do Assaré. E as aves nos conduziram por esses caminhos do nordeste, que ficam entre a luta e o festejo de um povo riquíssimo e honrado. Caminho entre os descaminhos dessa vida, entre a sêca e as enchentes, entre as multidões e a saudade. Como diria Cabral, não o Pedro mas o João, Não o Álvares mas o de Melo Neto, entre a morte e a vida Severina.

Entre o forró, maracatu, xote, baião.
Entre a barriga vazia e a enxada na mão.
Entre as asas brancas e os sabiás
Entre assuns pretos e carcarás.

E ao ser devolvido pelas aves ao chão daquela palhoça
depois de tanta magia fiquei a pensar
Será ousadia a uma conclusão chegar:
Que menos pernambucano é aquele que não estava lá?

Mas não fique triste porque as aves voltaram ao meu encontro com a maior alegria de anunciar:


A união nordestina de aves culturais
Antes que as fogueiras se apaguem
Resolvem presentear com mais uma viagem
Ao que quiser se pernambucanizar mais

Dessa vez com muito mais beleza
Através da nossa natureza
No destino nordestinodescortinar

Místicos encantos e magia
Nordeste e nordesteiros
Asas, aves e puleiros
Música, dança e harmonia

E numa anilha que uma
delas carregava, letras de forma anunciavam data e local de partida:
Domingo, 28 de junho, dez e meia da noite
Recife/PE
, Sítio da Trindade
Quadrilha Raio de Sol e Pernambucanidade


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