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Que bom você por aqui. Sinta-se em casa. Espero que as nossas humanidades se encontrem aqui. Neste blog você encontrará textos sobre assuntos variados que traduzam com palavras simples e críticas esses caminhos e descaminhos que a humanidade percorre na estrada da vida, expressos através de um desejo profundo e intimamente meu: Quero ser mais humano: menos hipocrisia, menos espiritualidade alienante, menos moralidade vazia, muito mais HUMANO."

terça-feira, 5 de abril de 2011

Que seja infinito enquanto dure!

Perguntaram-me certa vez qual seria a minha opinião: - Tenho uma certa quantia e estou em dúvida entre uma rápida viagem com o meu amor ou uma roupa legal que estou querendo comprar. Bem, eu não gosto de tomar decisões por ninguém nessas coisas. Já percebeu que muita gente tem medo de tomar decisões e pergunta a um amigo o que ele faria? Se der errado, pode-se ao menos dizer: - Eu bem que sabia que não era para ter feito isso, mas fulano me disse para fazer e terminei indo pela cabeça dele. Me permito apenas fazer algumas perguntas que facilitem a decisão da pessoa.

Olhei para o meu amigo e perguntei: - Quanto tempo vai durar a viagem?
– Dois dias, respondeu.
– E quanto tempo vai durar a roupa que você quer comprar?
 – Sei lá, no mínimo uns dois anos, respondeu novamente. Eu fiz silêncio e ele entendeu que aquilo podia ser algum tipo de resposta.
–Já sei agora, vou comprar a roupa. Que diferença enorme! Em dois dias terei já perdido o meu dinheiro e, comprando a roupa, o meu dinheiro durará pelo menos dois anos. Obrigado, cara, isso ajudou muito.

Eu dei uma gargalhada no momento e lhe disse:

- Calma, ainda tenho umas perguntas a fazer: Quais as melhores lembranças que você guarda? Aqueles momentos que você gosta de lembrar mais? E ele me elencou alguns momentos como passeios com família, com amigos, lugares interessantes em que esteve, coisas desse tipo. Perguntei a ele se ele lembrava a roupa que estava usando naqueles momentos. E se ele lembrava da roupa que usava em algum daqueles momentos, que diferença isso fazia agora no prazer que sentia nessa lembrança. Ele me disse que a roupa que usava não fazia diferença alguma.

Nesse momento eu encerrei a minha participação dizendo: - Daqui a alguns anos, quando a tua roupa já não servir mais, a experiência de uma viagem gostosa permanecerá nas tuas lembranças para o resto de tua vida e poderá te trazer muito prazer cada vez que você lembrar de cada momento daquela viagem, mas as lembranças da roupa se tornarão totalmente irrelevantes ou mesmo desaparecerão. Bem, só posso ir até aqui porque a decisão mesmo tem que ser sua.

Em um mundo contaminado por um consumismo fora de controle, muitas vezes nos tornamos incapazes de discernir quais são as coisas que realmente tornarão a nossa vida mais prazerosa. Lembro agora que foi nessa mesma conversa com esse amigo meu que eu também lhe perguntei: - Se todas as luzes se apagassem agora (era noite), que importância teria a tua roupa (grife, modelo, etc.)? Mas o apagar das luzes jamais apagariam as suas lembranças. Nada te poderia tirar esse prazer. Foi essa mesma mensagem que quis passar na minha música Brevittà.

3 comentários:

João Victor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Angélica Batinga Feitoza disse...

Muito Bom esse texto,isso é uma lição que as coisas materiais não tem tanta importância do que os momentos bons vividos.

Vivianne disse...

Excelente!! Um texto que resume tudo que eu penso e admiro nas pessoas que estão ao meu lado. A mensagem muito bem escrita. PARABÉNS!