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Que bom você por aqui. Sinta-se em casa. Espero que as nossas humanidades se encontrem aqui. Neste blog você encontrará textos sobre assuntos variados que traduzam com palavras simples e críticas esses caminhos e descaminhos que a humanidade percorre na estrada da vida, expressos através de um desejo profundo e intimamente meu: Quero ser mais humano: menos hipocrisia, menos espiritualidade alienante, menos moralidade vazia, muito mais HUMANO."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Onde estou, porquê vim e para onde vou? - Final

Como assim fora da religião? Não estou dizendo que não há evangelho dentro da religião, apenas que evangelho independe de religião. Evangelho quer dizer notícia boa. Mas que notícia boa é essa? Simples, a notícia é: Somos livres! Sabe o que significa isso? Que não há uma carga pesada imposta por Deus, não existem exigências que limitem a qualidade de nossa vida ou a qualidade da nossa liberdade. O evangelho é leve, é libertação. A boa notícia trazida por Jesus e muito mal entendida até os dias de hoje é uma notícia de libertação. Ela diz: - Vocês não são mais escravos de nada. Não têm obrigações de fazer sacrifícios para alcançar qualquer graça divina. O único mandamento é AMAR e o único pecado é não amar.

Em meu texto É preciso saber viver expresso a minha imagem de Deus, através de uma  oração, um pedido de perdão a Ele pelo que fizemos do evangelho, da liberdade trazida por ele. Nosso mundo está cheio de ódio. Grande parte desse ódio está enraizado em uma vivência religiosa doentia, desumana e desumanizante. Estamos contaminados com um nível tão grande de hipocrisia que nos tornamos intolerantes ao que somos de verdade, apesar de essa intolerância só vir expressa na nossa visão do outro e nunca de nós mesmos.

Uma religiosidade intolerante jamais poderia ser classificada como evangélica. Jamais poderia ser classificada como cristã. A que Jesus dizemos seguir? Àquele que ao ser chamado para opinar sobre a criminosa (mulher adúltera numa época em que tal ato merecia pena de morte por lei) disse que quem nunca tivesse errado poderia atirar a primeira pedra? A lei mandava que a mulher fosse apedrejada, mas ele igualou um erro que na época era considerado gravíssimo a qualquer outro erro. Como se um juiz dos dias de hoje desse de cara com um estuprador, coduzido por uma multidão, e dissesse: quem nunca errou que puna esse homem. E depois dissesse: Eu também não te condeno, vai, filho, e não faça mais isso. Só estou comparando o gravidade do adultério naquele contexto com algo que consideramos grave nos dias de hoje, para entendermos melhor o ódio que Jesus provocou em muita gente naqueles dias.

Então, hoje, procuro identificar onde estão os seguidores de Jesus. Procuro aprender com eles. Geralmente se trata de gente que não é muito bem vista pelos religiosos, assim como Jesus não foi em sua época. E é com essas pessoas que estou procurando aprender teologia e a viver o evangelho. Me tornei um pastor bastante distante das paredes da igreja (Acredito que a convivência da igreja pode ser muito saudável e gosto também). Meus colegas pastores me ouvem dizer que sou pastor da rua. Gosto de conversar com pessoas feridas pela religião, por uma religiosidade doentia, "desevangelizada", intolerante, e ajudá-las na compreensão de uma outra imagem divina, mais tolerante, mais amorosa. Ajudá-las a compreender o evangelho de verdade, a notícia boa em um mundo onde o que vende são as notícias ruins.

Acho que vou encerrando por aqui essa série. Sei que esperavam mais. Espero escrever mais em outros textos. Por hoje é o que consigo dar. Cada texto do blog é um pedacinho de mim. Outros textos completam também essa série. Quando comecei a escrever isso foi para facilitar a compreensão de algumas posturas minhas. Ou pelo menos para proporcionar, a qualquer um que vá me condenar por alguma postura, alguma base para pensar as coisas de outra forma. Não sou o dono da verdade nem nunca serei. Apenas procuro lutar pelo que acredito. Quando me pronuncio a favor dos direitos e respeito aos homossexuais, por exemplo, tenho consciência da fogueira que me coloco, mas jamais poderia negar aos meus amigos e amigas gays e lésbicas as minhas palavras de apoio aos seus direitos. Sofro com o sofrimento deles, com o preconceito que recebem da própria família e estou pronto a me expor se isso for ajudá-los a ter uma vida melhor, de mais qualidade. E isso é só um exemplo, que poderia ser ampliado com qualquer outro grupo que é visto como movimento contra o evangelho.

É preciso saber o que nos une como seres humanos, como seres conscientes e com liberdade de escolhas. Sou cristão, mas antes disso sou uma espécie animal que ganhou um cérebro mais complexo que as demais. E como esse animal pensante, afirmo que o que nos une não é a crença em Deus, ou Jesus, ou Alá, ou qualquer outra divindade. O que nos une é o amor, o desejo de viver bem a vida, com muito prazer, e de se colocar como instrumentos para que os outros também vivam a vida com intensidade de prazer. Não acredito em um Deus que se preocupa se alguém acredita ou não em sua existência. Acredito em um Deus que se preocupa com o nosso bem estar. Acredito em um Jesus que veio trazer esse lembrete: Livres! Acredito em um mundo que, por mais que esteja na iminência de acabar, seja pelas nossas mãos humanas ou pelas mãos do resto da natureza (meteoro ou outros astros que se choquem com a Terra ou qualquer outro evento da natureza), pode ser melhor antes do fim. Acredito em uma vida que pode ser melhor antes do fim. Acredito em um mundo melhor, porque quando você me machuca e a minha reação é te perdoar e te amar, essa minha pequena ação já fez o mundo melhor.

2 comentários:

Anísia Neta ❀ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Dia 20.07.2014 completam três aos sem um post... isso é desumano. Vamos lá, partilhar palavras-sentimentos- sonhos é um ato divino.
Abraços,
PC