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Que bom você por aqui. Sinta-se em casa. Espero que as nossas humanidades se encontrem aqui. Neste blog você encontrará textos sobre assuntos variados que traduzam com palavras simples e críticas esses caminhos e descaminhos que a humanidade percorre na estrada da vida, expressos através de um desejo profundo e intimamente meu: Quero ser mais humano: menos hipocrisia, menos espiritualidade alienante, menos moralidade vazia, muito mais HUMANO."

quarta-feira, 10 de março de 2010

O meu Deus é pequeno e fraco

Desde a mais remota antiguidade as divindades são concebidas com uma grandeza digna de todo o mistério que circunda as questões existenciais mais profundas do seres humanos. Desde o grande dragão da mitologia mesopotâmica, Tiamat, a Isis egípcia e os deuses gregos do olympo ao Deus todo poderoso da Bíblia Sagrada, não faltam demonstrações grandiosas de poderes que extrapolam quaisquer pretensões de compreensão humana. Ao Deus da Bíblia títulos como Senhor dos Exércitos, Deus Forte, Senhor dos Senhores, Todo Poderoso. É o Deus ONItudo ou onitoso. As músicas cristãs estão repletas dessas imagens de um Deus grande em comparação com o pequeno homem que somos nós. De um Deus poderoso na batalha. Um Deus tão grande que segura o universo inteiro no centro da palma de uma de suas mãos. E nesta última ilustração de grandeza como podemos conceber a nossa relação com esse Deus?
Em um mundo onde os grandes representam a concentração desenfreada de riqueza e poder que causa a miséria de milhões de pessoas seria essa imagem de grandeza a mais adequada para representar o Deus que desejamos seguir?
É verdade que para alguém que está diante de uma dificuldade grande em sua vida não interessa um Deus que não seja muito maior do que qualquer outra instância conhecida, a quem se possa recorrer com a certeza de alcançar solução.
Mas gostaria de me atrever a enxergar uma outra imagem. Uma imagem diferente do Deus grandioso que garante a morte dos milhares de “inimigos”, que inunda a terra extinguindo quase toda a vida, dentre outros feitos. Quero ver um pouco o Deus que diz ser o povo que sofre, clamando por socorro, no Antigo Testamento. Quero olhar menos para o Jesus dos grandes milagres e perceber melhor o Jesus que disse ser aquele que tem fome e sede.
Porque em um contexto onde há os poderosos que oprimem e os pequenos e fracos que são oprimidos, Deus não se identifica com a grandeza, mas assume o lugar do pequeno e fraco, clamando por salvação. Mas quando foi que te vimos com fome e não te demos de comer, Deus? E Deus diz: Onde estiver alguém clamando por socorro, esse alguém sou eu. E Deus está por aí, sofrendo as conseqüências de uma gestão política corrupta, excluído, rejeitado, doente, preso, humilhado. Buscai ao Senhor.

Um comentário:

Prof. Júnior Lima disse...

Este Deus pequeno e fraco, transubstanciado na figura dos oprimidos, está cada vez mais esquecido, expropriado, excluído. Quando, de fato e de verdade, a humanidade chegar ao ponto em que ninguém mais sentirá a mínima necessidade de lembrar de Deus, das duas, uma: ou Deus triunfará ou os ateus triunfarão. Ou Deus "salvará a si mesmo" pela revolução ou os ateus enfiarão, definitivamente, os cravos nas mãos das massas, deixando-as sem saída.
Muito boa matéria.